Dia desses tive uma crise. Sabe quando você acha que nada vai dar certo, que já tá tudo errado e você perdeu o controle? Então. Eu surto, choro, esperneio, me fecho, paro e reflito. Normalmente os dois últimos ficam pro fim do dia, depois que já cansei de surtar, e acalmei. É complicado sentir que as coisas que acontecem na sua vida não estão tomando exatamente o rumo que você quer. Mas e aí? E aí que fazer a louca não adianta, vai por mim. O jeito é se acalmar, refletir, buscar em si mesmo a solução. Porque acredite, dificilmente ela virá de fora.
Eu pensei, pensei, pensei. Olhei pra dentro com carinho, tentei entender todo aquele desespero, a angústia e o descontentamento. Quase saí de mim para me enxergar. Funcionou. Fato é que se autoanalisar não é nada fácil, você precisa assumir pra si mesmo um monte de coisa que, cara… você não quer assumir. E aí comecei a pensar quanta coisa a gente deixa pelo caminho, consumido pela rotina, pelos problemas, pelos dias que passam e a gente nem vê. Quanta coisa se perde, se confunde, passa… Aliás, eu sempre penso muito nisso.
Quantas coisas a gente faz no dia que nos encantam? Que fazem o olho brilhar, que é dá gosto de fazer? A gente vive baseado em prazos, em ganhar tempo, em começar a segunda esperando que a sexta-feira chegue logo. E eu fico me perguntando onde a gente se perdeu. Que loucura é essa de viver e ver os dias passando, e deixar sempre pra depois o que a gente sonha para fazer agora o que a gente ‘tem que’ fazer. Isso é justo? É justo fazer isso com você mesmo? Não, não é.
E ó, não adianta só reclamar (as vezes sou dessas) que não tá bom, que você não está vivendo o que sonhou, o que desejou. Não tem jeito, tem que se jogar, meter as caras, arriscar. Eu tenho muito medo de fazer tudo isso que acabei de te encorajar a fazer. Aliás, digo isso pra fora mas digo isso mais ainda pra dentro, pra mim, que é o lugar mais difícil de atingir. Eu reclamo, choro, quero mudar tudo, dar a cara a tapa, mas tenho um medo camuflado de algo que é muito muito perigoso, o comodismo. Ô troço chato isso. É tipo estar deitado num sofá confortável, quase pegando no sono e adiar cada vez mais a ida para a cama porque você sabe que quando chegar lá, o sono vai embora, você vai rolar de um lado pro outro, várias vezes, até conseguir dormir. Vai dar trabalho, vai ser cansativo. Deu para entender?
Pra mim a palavra mudar causa um frio na barriga que eu mal consigo descrever a intensidade. Mas talvez, quando eu finalmente me permitir, o frio na barriga se torne constante diante de novas descobertas, novos ares. Diante do novo. E eu descubra que essa sensação é muito melhor do que simplesmente ter medo e recuar. E que um passo à frente em direção a mudança seja melhor que permanecer no sofá confortável e quentinho.
E você, por onde anda seu frio na barriga?
Meu frio na barriga está de férias (ou qualquer analogia que funcione melhor). Mas, ele esteve muito presente até alguns meses atrás então é bom que tenha sumido um pouco. Logo ele volta e eu vejo o que preciso mudar, arriscar, aproveitar… 🙂
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Lari, cada coisa a seu tempo, então! Curte a calmaria e o sumiço dele porque a hora que voltar, já viu, né!?
😉
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Oi, Bárbara. Puxa, eu ando pensando sobre isso neste fim de ano. Vilanizei tanto 2015 por causa dos planos que não saíram como o esperado e esqueci das várias coisas maravilhosas que aconteceram. O que tem me ajudado muito é focar no momento presente. Afinal, é só o que temos né? Beijos! Assinado: A-M-O SAGU.
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Pois é, Dani! Mas acho que a gente sempre tem isso né? O que não dá certo as vezes se destaca mais que tudo o que deu. Mas ó, bom é que a gente sempre “aprende” algo né? Tipo olhar com mais carinho pro agora que é o que a gente ainda consegue realinhar!
Ah, pode ficar com a minha parte do sagu, tá? haha
Beijão
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Para que não haja destempero, é melhor que o frio na barriga ande em silêncio para não aborrecer a cabeça quente.
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Gustavo,
Talvez seja melhor tentar ser feliz, frio na barriga em silêncio ou não, faz parte desse processo, assim como a cabeça quente. Como dizem ‘mar calmo nunca fez bom marinheiro’.
Abraço!
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