Na Estante: Claros sinais de loucura

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Claros sinais de loucura é um livro leve e gostoso de ler. No começo fiquei me perguntando se ele era sobre uma menina de doze anos ou para uma menina de doze anos. Ao terminar conclui que pode ser os dois! Pra quem tem 12: vai se identificar com as descobertas e as loucurinhas de personagem principal. Pra quem tem mais de 12: vai rolar uma nostalgia, vai por mim!

O livro conta a história de Sarah Nelson, uma garota que acaba de chegar aos doze anos de idade. Prestes a entrar de férias, um de seus professores passa para os alunos a tarefa de escrever uma carta para seu personagem literário favorito a fim de incentivar a escrita. E eis que conhecemos a mente inquieta e criativa de Sarah, que, diferente da maioria dos colegas, escolhe Atticus Finch (de O Sol é para Todos) para se “corresponder”. As cartas se tornam um tipo de diário onde ela se refugia e escreve sobre todas as suas experiências e preocupações.

Sarah, é apaixonada por palavras e por escrever. Vive questionando a vida e é curiosa sobre tudo ao seu redor. Tem um drama do passado que envolve sua mãe. E essa é uma parte tensa da história, achei pesada e comovente, e ela meio que ‘assombra’ toda a vida da garota. Por conta disso sua mãe vive em uma clínica de reabilitação para doentes mentais e Sarah mora com o pai. E acredita, durante muito tempo, ter herdado o gene da loucura da mãe.

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Não vou dizer que o livro é cheio de surpresas ou reviravoltas, porque não é. Mas é o tipo de livro que te surpreende a cada página, sim! Te deixa com o coração mole e te faz enxergar as “pequenezas” importantes da vida com outros olhos. Afinal, estamos dentro da cabeça conturbada de uma menina de 12 anos que foi forçada a passar por coisas que não deveria precisar passar e a ter que entender o mundo distorcido a sua volta. A coragem e maturidade de Sarah misturadas com a inocência ainda presente em sua infância são uma inspiração.

E posso confessar? Deu muita vontade de escrever uma carta pra Sarah e contar um punhado de coisas que também aconteceram comigo, dizer que, assim como ela, converso muito com as minhas plantas e gostaria de ter tido um mãe perto pra me alertar e ajudar com um monte de coisas que aconteceram. Mas dizer principalmente que sobrevivi sem isso e as pessoas que estavam ao meu redor supriram qualquer ausência.  Resumindo… É um livro que eu leria várias vezes e seria capaz de tirar algo diferente a cada leitura.

Editora: Intrínseca   |   Autor: Karen Harrington  |   Número de páginas: 253^C2AC964286C5B7F49A85128BB42813641D3ECA0F6277AB0C94^pimgpsh_fullsize_distr

 

 

8 comentários sobre “Na Estante: Claros sinais de loucura

    • Ah que bom que gostou *-*
      Olha, eu acho que se você tiver um tempinho e se envolver legal, lê em um dia tranquilo, viu? Porque a cada capítulo que acaba dá mais vontade ainda de ler o próximo. Então a leitura flui. Fora que se você for curiosa assim como eu, é mais um motivo pra conseguir ler rapidinho haha
      Beijoos ;*

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  1. Talvez livros assim sejam legais para que a gente veja a grandeza dos seres humanos, mesmo quando ainda “meros” adolescentes. Digo isso porque, aos 12, eu me sentia meio rejeitada por não ser levada a sério. Hoje, volta e meia tenho dúvida sobre qual é o nível de compreensão da vida (ou percepção, acho que a gente nunca compreende bem) que um adolescente tem… É bom encontrar uma conexão!

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    • Com certeza, Lari! As vezes a gente despreza tanto as percepções e experiências de um adolescentes pelo simples fator da idade, mas cada um tem a sua história, suas peculiaridades e, na realidade, mesmo quando a gente fica mais velho a compreensão de vida ainda é tão confusa, só que em outros aspectos, com ‘outras caras’.

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